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Endometriose
A endometriose é uma condição benigna, mas que pode ser muito debilitante. Porque, na maioria das vezes, está associada a dor crônica e infertilidade. Que […]
A endometriose é uma condição benigna, mas que pode ser muito debilitante. Porque, na maioria das vezes, está associada a dor crônica e infertilidade. Que consiste na existência de tecido uterino fora do útero, podendo acometer:
- Fígado.
- Intestino.
- Peritônio.
- Apêndice.
- Ovários e trompas uterinas.
- Porção externa do útero e regiões ao redor do útero.
- Mais raramente pode ocorrer nos pulmões, sistema nervoso central e cicatrizes cirúrgicas.
O endométrio é uma fina e delgada membrana que recobre a camada interna do útero. Durante o ciclo menstrual o endométrio sofre transformações induzidas pelos hormônios, crescendo e se tornando um tecido rico em vasos sanguíneos.
No entanto, na endometriose, essa fina membrana que recobre a camada interna do útero, passa a existir fora do útero, acometendo outros órgãos, podendo coexistir em 3 ou 4 órgãos diferentes.
O endométrio presente em outros órgãos reage aos estímulos hormonais do ciclo menstrual, gerando irritação e a longo prazo fibrose dos tecidos ao redor, responsável pelo principal achado clinico da endometriose.
As causas da endometriose ainda não são plenamente conhecidas. Ela pode ser proveniente de um fluxo menstrual retrógrado que por meio das trompas atinge a cavidade abdominal e se implanta principalmente nos ovários, fígado e intestinos.
Hoje sabemos, que a endometriose tem uma íntima relação com doenças autoimunes, como: Sjögren, lúpus, artrite reumatoide, hipotireoidismo, etc.
Muitos autores já incluem a endometriose na longa lista das Doenças Autoimunes desencadeadas pela Gliadina, a proteína do trigo.
Estima-se que até 10% das mulheres tenham endometriose. Cerca de 80% dos casos de dor pélvica crônica pode ser devida a endometriose. E a faixa etária mais acometida vai dos 25 a 35 anos de idade.
Sintomas da Endometriose
O local em que endometriose ocorre determina o quadro clínico, que varia desde a ausência de sintomas, até uma dor forte e ininterrupta, que tem correlação com os ciclos menstruais.
O sintoma mais comum da endometriose é a dor associada ao período menstrual, porque o tecido endometrial sangra no final do ciclo menstrual, mesmo estando implantado em outro órgão.
Assim se a endometriose estiver localizada na bexiga, é possível haver sangue na urina, e se estiver no localizada no intestino poderá haver sangue nas fezes.
A endometriose está geralmente associada a infertilidade, uma vez que os ovários são um dos locais mais acometidos. Sua presença causa inflamação crônica, cicatrização e aderência de ovários e trompas.
Outros sintomas muito comuns na endometriose incluem a dor durante relação sexual, excesso de sangue durante a menstruação, diarreia e prisão de ventre
A endometriose quando acomete os ovários pode aumentar o risco de câncer ovariano.
Diagnóstico
O quadro clínico de dor pélvica durante os ciclos menstruais é bastante sugestivo de endometriose, porém insuficiente para se estabelecer o diagnóstico.
A ultrassonografia pode ajudar a descartar outras causas. Mas para se ter certeza do diagnóstico é necessário a realização da laparoscopia, um procedimento cirúrgico bem menos invasivo que uma cirurgia abdominal tradicional. Durante a laparoscopia é possível procurar pelos implantes de endométrio e biopsiá-los, se necessário.
Tratamento da Endometriose
O tratamento sintomático da endometriose, para alívio da dor, pode ser feito através do uso de anti-inflamatórios e analgésicos. Em determinados casos é realizado cirurgia por laparoscopia para retirada do tecido acometido, mesmo que fora do útero.
A menopausa afeta a endometriose de forma que os sintomas tendem a desaparecer e o quadro clínico apresenta involução. Isso ocorre devido a menor produção do estrogênio, que deixa de estimular o endométrio e sua proliferação de forma desregulada aos órgãos adjacentes.
O uso de hormônios ajuda a regular o fluxo e a frequência da menstruação, e a controlar também a dor, quando os analgésicos e anti-inflamatórios não funcionam. O uso de hormônios reduz a dor em 80% das pacientes e diminui o tamanho do tecido endometrial existente. O uso de anticoncepcionais de forma ininterrupta pode ser usado com sucesso.
Ladogal é um medicamento com ação hormonal que age no organismo combatendo doenças como a endometriose. Ele age na regulação da produção de diversos hormônios, provocando atrofia do tecido uterino e regressão dos tecidos uterinos em locais fora do útero. E também pode ser usado no tratamento da displasia mamária benigna, e doença fibrocística da mama, com ou sem nódulos.
Allurene é um medicamento hormonal que também pode seu usado para o tratamento dos sintomas dolorosos das lesões da endometriose. Ele age diminuindo a produção e a ação do estradiol no endométrio, aliviando os sintomas, como por exemplo, dor pélvica e sangramentos menstruais dolorosos.
O DHEA e a GESTRINONA, um derivado da testosterona, também pode ser usado no tratamento da endometriose forma com bom resultado.
A NALTREXONA e a VITAMINA D3, também podem ser usados no tratamento da endometriose, devido a sua ação imunomoduladora e anti-inflamatória.
A endometriose é uma doença inflamatória, assim, vitaminas, minerais e várias plantas medicinais com ação imunomoduladora e anti-inflamatória podem agir reduzindo os sintomas e até mesmo controlando a doença, como por exemplo:
- Curcumina
- Quercetina
- Resveratrol
- Astragalus
- Unha de gato
- Boswellia serrata
- Galato de Epigalocatequina
- Óleo de semente de cominho preto
- Vitaminas C, D, E, B3, B6 e B12, Magnésio, Zinco e Ômegas 3, 6 e 9.
Atenção: É fundamental que esse tratamento seja associado a uma dieta anti-inflamatória, isenta de glúten.
OBS: Lembrando que para saber as dosagens corretas dos medicamentos e/ou suplementos recomendados no artigo, você deve agendar uma consulta ou procurar um médico de sua confiança. Não incentivamos automedicação.
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Artigo escrito por: Dr. Frederico Pretti e Dr. Antonio Geraldo Camara