Artigos TOP 10

Hipotireoidismo subclínico

Hipotireoidismo subclínico, 5 a 10% das pessoas não sabem que sofrem desse distúrbio da tireoide.

Hipotireoidismo subclínico é uma forma branda de hipotireoidismo, em que o paciente apresenta sintomas relacionados à tireoide, mas os exames de T3, T4 e TSH ainda se encontram dentro da normalidade.

A tireoide é uma glândula essencial para o controle do metabolismo basal, temperatura corporal e funcionamento do sistema nervoso e coração. A tireoide sozinha é responsável por 65% do metabolismo corporal, e portanto, fundamental para o controle do peso.

A principal causa de hipotireoidismo é a tireoidite de Hashimoto, uma doença autoimune, que acomete principalmente as mulheres.

Vários estudos sugerem uma relação entre hipotireoidismo subclínico, com um maior risco de doenças cardiovasculares, angina, infarto agudo do miocárdio, dislipidemia e esteatose hepática, especialmente nos pacientes com TSH maior que 10 mU/L.

Sintomas relacionados ao hipotireoidismo 

• Apatia.
• Fadiga.
• Letargia.
• Preguiça.
• Indisposição.
• Raciocínio lento.
• Dificuldade cognitiva.
• Dificuldade de memorização.
• Diminuição da libido.
• Compulsão por doces.
• Aumento inexplicável do peso.
• Muita dificuldade para emagrecer.
• Prisão de ventre.
• Queda de cabelo.
• Cabelo fraco, quebradiço e sem vida.
• Unhas ressecadas, fracas e quebradiças.
• Mãos e pés sempre frios.
• Aumento da sensibilidade ao frio.
• Retenção hídrica constante com muito inchaço.
• Pulso lento.
• Colesterol alto.
• Pressão arterial mínima alta.

Sua tireoide funciona bem?

Tem uma maneira simples de saber se sua tireoide está funcionando bem.  Avaliando a sua temperatura corporal: Pegue um termômetro digital e durante cinco dias anote assim que acordar a sua temperatura bucal. Ela nunca vai ser a mesma, mas isso não importa.

Some as cinco medições e divida por cinco. Resultado entre 36.5 e 36.8, sua tireoide está funcionando bem. Resultado abaixo de 36.5, sua tireoide está lenta (hipotireoidismo subclínico). Resultado acima de 36.8, sua tireoide está acelerada (hipertireoidismo).

Tratamento do hipotireoidismo subclínico

O tratamento do hipotireoidismo subclínico é bem controverso.

O consenso atual diz que até agora nenhum trabalho mostrou benefícios relevantes de se tratar os pacientes assintomáticos, com TSH entre 4.5 e 10 mU/L. E recomenda apenas a monitorização do TSH de 6/6 ou 12/12 meses.

Já nos pacientes com TSH acima de 10 mU/L a controvérsia é bem menor. A maiorias das sociedades internacionais de endocrinologia recomendam o uso de levotiroxina nestes casos, pois o tratamento ajuda a prevenir a progressão para o hipotireoidismo franco.

Por outro lado, há um grupo que defende o tratamento do hipotireoidismo subclínico quando o TSH ultrapassa 3 mU/L e o paciente apresenta sintomas, como: cansaço crônico, alterações de humor, aumento de peso, colesterol elevado, risco de doenças cardiovasculares, mulheres com dificuldade para engravidar e histórico de abortos espontâneos, sem uma causa definida.

A levotiroxina é o medicamento recomendado para o tratamento do hipotireoidismo. A dose utilizada deve ser sempre a menor possível, para manter o TSH nos jovens entre 0.5 e 2.5 mU/L e nos pacientes idosos entre 3 a 5 mU/L.

Tratamento do hipotireoidismo subclínico na gravidez

Durante a gravidez, a fisiologia dos hormônios da tireoide altera-se completamente, fazendo com que os valores normais de TSH sejam diferentes neste grupo. Durante o primeiro trimestre de gravidez, o hipotireoidismo subclínico é definido quando temos um T4 livre normal associado a um TSH acima de 2.5 mU/L. No segundo e no terceiro trimestre consideramos hipotireoidismo subclínico o nível de TSH fica acima de 3 mU/L.

Como os hormônios tireoidianos são essenciais para o desenvolvimento neurológico do feto, o consenso atual é tratar todas as gestantes que tenham critérios para hipotireoidismo subclínico.

 

---

OBS: Lembrando que para saber as dosagens corretas dos medicamentos e/ou suplementos recomendados no artigo, você deve agendar uma consulta ou procurar um médico de sua confiança. Não incentivamos automedicação.

 

Artigo escrito por: Dr. Frederico Pretti e Dr. Antônio Geraldo Camara